A MORTE DO SENADOR

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Essa tem que chegar a Brasília. É ótima!

Um senador está andando tranquilamente, quando é atropelado e morre. A alma dele chega ao Paraíso, e dá de cara com São Pedro na entrada.

- Bem vindo ao Paraíso! – Diz São Pedro.

E continua: - Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui. Assim, não sabemos bem o que fazer com você.

- “Não vejo problema, é só me deixar entrar”, diz o antigo senador.

- Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: Você passa um dia no inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.

- “Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso”, diz o
senador.

- “Desculpe, mas temos as nossas regras”, retrucou São Pedro.

Assim, São Pedro o acompanha até o elevador, e ele desce, desce, desce até o inferno.

A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe.

Ao fundo o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado.

Todos muito felizes em traje social.

Ele é cumprimentado, abraçado, e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo.

Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar.

Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável, que passa o tempo todo dançando e contando piadas.

Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora.

Todos se despedem dele com abraços e acenam, enquanto o elevador
sobe.

Ele sobe, sobe, sobe e a porta se abre outra vez. São Pedro está esperando por ele.

Agora é a vez de visitar o Paraíso.

Ele passa vinte e quatro horas junto a um grupo de almas contentes, que andam de nuvem em nuvem tocando harpas e cantando.

Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba o dia se acaba e São Pedro retorna.

- “E aí? Você já passou um dia no inferno e outro no Paraíso. Agora
escolha sua casa eterna”.

Ele pensa um pouco e responde: - “Olha, eu nunca pensei, o Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no inferno”.

O elevador desce, desce, desce e a porta se abre. Ele se vê em meio a um enorme terreno baldio, cheio de lixo.

Ele vê todos os amigos com roupas rasgadas e sujas, catando entulho e colocando em sacos pretos.

O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.

- “Não estou entendendo”, gagueja o senador. – “Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo este fim de mundo, cheio de lixo e meus amigos arrasados!!!”.

O diabo olha para ele. Sorri ironicamente e diz: -“Ontem estávamos em campanha. AGORA JÁ CONSEGUIMOS O SEU VOTO.

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